Nos dias 21 a 23
de setembro aconteceu o Mutirão Estadual (Mato Grosso) em Campo Novo dos
Parecis (Centro catequético da Paróquia São Cristóvão), promovido pelas Novas
Gerações (NG) e CRB/MT. O Mutirão reuniu religiosos/as da etapa do juniorato
até dez anos de votos perpétuos e foi marcado pelo o entrosamento e partilha
entre as diversas Congregações Religiosas presentes, como também pela reflexão do
tema “Saiamos de pressa ao encontro da
Vida”. O pano de fundo da temática estava em comunhão com a Igreja que celebra
os 50 anos da Conferência de Medellín que fez da “opção pelos pobres” a opção preferencial da
Igreja Latino Americana.
O Mutirão contou
com a assessoria da Irmã Clotilde Prates de Azevedo, Apostolina, assessora da CRB
Nacional e responsável pelo Setor Juventudes e Novas Gerações. Sua presença foi
muito importante, pois nos ajudou a conhecer um pouco da história do projeto “Novas
Gerações” que tem como objetivo: “Oferecer caminhos para que se acolha as
interpelações das Novas Gerações em seu dinamismo, exigências e potencialidade.
Em um processo interativo entre varias gerações, em vista de ressignificar a
Vida Religiosa Consagrada”. Nesta memória histórica percebemos a presença da NG
“em saída”, transmitindo alegria e vibrações em diversas realidades e rostos. Sentimos
que não estamos sozinhas, mas acreditamos que tudo está interligado, como nos
diz o canto “tudo está interligado como
se fossemos um... Tudo está interligado nesta casa comum...” (CirineuKunh); isso
nos fortaleceu.
Tivemos como
ícone do Mutirão Maria que visita sua prima Izabel e que nos convida a
empreender um caminho de saída. Ela nos dá o exemplo de sermos, sensíveis,
flexíveis e atentas aos sinais de Deus em nossa vida. Como Religiosos/as das Novas Gerações também
queremos fazer e experienciar esse movimento de ir ao encontro da Vida e firmar
compromisso com a opção aos mais necessitados, os pobres e excluídos.
Em virtude desta
adesão de estar e conhecer outras realidades, foi realizada uma visita aos
Povos Originários da etnia Parecis na aldeia Quatro Cachoeiras. Fomos bem acolhidas
pela família do cacique, que nos relatou sua história, tradição e cultura, nos
impactando com seus sentimentos de gratidão e reflexões sobre a necessidade de
se valorizar mais os Povos Originários. No Estado do Mato Grosso temos 43
etnias dos Povos Originários espalhadas em diversas regiões e que ainda não são
visitadas ou conhecidas pelas Novas Gerações. São a estes lugares que
precisamos sair depressa, sem medo do diferente, isso exige abertura de escuta aos
clamores e gritos destes povos e nos impulsiona a nos comprometer com firmeza
pela defesa da vida, onde ela estiver sendo ameaçada.
Para nós foi
essencial o contato com a natureza, pois sentimos o frescor da mata e
percebemos o quanto faz diferença respirar o ar puro da natureza onde os Povos
Originários considerados os Guardiões da natureza cuidam com muito carinho.
Somos jovens e
acreditamos que juntos podemos seguir sendo vozes de profetismo, assumindo e
testemunhando com ousadia os apelos de sair depressa ao encontro da Vida,
sobretudo onde a Vida está ameaçada, assim como Maria fez.
A caminhada da
Igreja precisa ser acompanhada de adequada compreensão da realidade para que possa
dar respostas aos clamores de hoje. A reflexão teológica se coloca nesta linha
de contribuição a Igreja para que possa agir/responder de forma adequada. A partir
de “Medellín” nasceu a “teologia da libertação”, em sintonia com a busca
concreta de libertação que permeava o empenho de tirar da miséria e promover as
populações pobres do continente latino americano. É nesse contexto que se situa
a “opção pelos pobres”, que a partir de Medellín passou a ser uma
característica marcante da Igreja latino-americana.
Somos convictas de
que herdamos de “Medellín” o modo criativo de vivenciar o Concílio Vaticano II.
Ao resgatar a memória da Conferência Medellín, que se tornou emblemática para a
América Latina, nos damos conta do esforço para colocar em prática a opção
preferencial pelos mais pobres. Somos também questionadas como NG’s a rever os
desafios em que a opção pelos pobres está inserida hoje, não podemos perder o
sentido da nossa consagração, porém, não podemos ficar apenas no simbolismo e
na superficialidade.
Foram estes os
ecos vividos nestes dias de partilhas, momentos de espiritualidade,
confraternização e reflexão.
Manifestamos
nossos sentimentos de gratidão à comunidade religiosa das Irmãs Capuchinhas de
Madre Rubatto, aos Freis Capuchinhos e a toda comunidade e lideranças da
Paróquia São Cristóvão, que se dedicaram com muito
empenho para que pudéssemos vivenciar estes momentos significativos e marcantes.
Gratidão a todas
as famílias religiosas que atenderam o convite das Novas Gerações-MT, e pelo
acompanhamento e assessoramento CRB-MT e Nacional nas pessoas de Ir. Carol e Ir.
Clotilde.
Equipe de Coordenação do Mutirão das NG’s- MT