22 de junho de 2017

O Encontro Inter-regional Sul das Novas Gerações em 20 imagens

NOVAS GERAÇÕES EM SAÍDA:

Compromisso Místico-Profético-Testemunhal

15 a 18 | JUN | 2017

LAGES | SC

Novas Gerações a caminho, 

 em saída, centradas no carisma, no Reino de Deus, 

 sem perder a profecia.

Celebração Eucarística e Procissão de Corpus Christi - Catedral Diocesana de Lages

Mensagem da Ir. Maria Inês Ribeiro - Presidente da CRB Nacional

Saudação da Coordenação Regional: 
Ir. Plácio José Bohn (CRB/SC)
Ir. Pedro João Wolter (CRB/PR)
Ir. Paula Schneider (CRB/RS)

Equipe de Coordenação:
Ir. Ana Paula Benvinda (NG/SC)
Ir. Suzane Apolinária (NG/PR)
Ir. Marcos Santos (NG/Região Sul)
Ir. Lizandra Inês Both (NG/RS)
Ir. Silvana Costa Rosa (NG/PR)

Brasil, Bolívia, República Democrática do Congo, 
Argentina, Guiné-Bissau, Paraguai, Quênia

Oração das Vésperas no Mosteiro Nazaré - Irmãs Clarissas

Oração das Vésperas no Mosteiro Nazaré - Irmãs Clarissas

Animação - Ir. Joanire Souza Pinto

Assessoria - Ir. Cleusa Maria Andreatta

Oração

Visita aos residentes do Asilo Vicentino

Visita aos residentes do Asilo Lar Menino Deus

Visita às residentes da Casa da Providência
(atendimento de mulheres maiores de 18 anos usuárias de álcool e outras drogas)

Partilha sobre a III Missão da VRC Jovem na Amazônia

Novas Gerações em Saída

Noite Cultural:
Nossa Festa do Pinhão em clima de São João

Missa de Encerramento 
Presidente: Dom Nelson Westrupp - Administrador Apostólico da Diocese de Lages

20 de junho de 2017

Mensagem do Encontro Inter-regional Sul das Novas Gerações


“Novas Gerações em Saída: compromisso místico-profético-testemunhal” foi o tema refletido no Encontro Inter-regional Sul das Novas Gerações da Vida Religiosa Consagrada (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), realizado de 15 a 18 de junho de 2017, em Lages-SC. Momentos muito especiais de convivência, celebração, partilha caracterizaram o encontro, que contou com a presença de 60 Religiosas e Religiosos, provenientes de 07 países, 24 Congregações, e que realizam sua missão em um dos Estados da Região Sul. 

A Irmã Cleusa Maria Andreatta assessorou o encontro e conduziu os participantes a algumas reflexões e partilhas, que ajudam a somar forças para viver o seguimento de Jesus sempre com mais coerência evangélica, pois, apesar dos desafios, há muita profecia e mística nas Novas Gerações. 

Na inquietude diante da atual conjuntura da Vida Religiosa Consagrada, as Novas Gerações reconhecem que é necessária mais criatividade nas estruturas, que, por vezes, estão engessadas e tiram a autonomia de seus membros. A partir das reflexões e partilhas, algumas questões foram levantadas durante os dias de encontro: há muitas relações comunitárias matando ou sufocando o vigor missionário e vocacional da juventude; percebe-se uma crise institucional e não uma crise vocacional; as Novas Gerações estão dispostas a viver a fidelidade criativa ao Evangelho, com compromisso místico-profético-testemunhal; sentimos, com dor, que muitas vezes há poucos espaços de formação de novas lideranças em nossas Congregações; ainda é necessário fazer um longo processo e confiar, sem desconfiar, da juventude.

Como Maria, as Novas Gerações se colocam a caminho, em saída, centradas no carisma, no Reino de Deus, sem perder a profecia. É preciso coragem e ousadia de continuar refletindo sobre os temas que se referem aos desafios da Vida Religiosa Consagrada, buscando alternativas para o novo (Maria) e o velho (Isabel), vivendo com autenticidade cada itinerário da vida e da consagração. Acreditamos na vivência fraterna, que transforma e se enriquece na partilha de carismas, e nas iniciativas intercongregacionais. Reconhecemos que realizamos trabalhos importantes em nossas Congregações, levados com responsabilidade e comprometimento. 

Sim, temos coragem de avançar, pois percebemos e reconhecemos a presença de Deus na história que é construída de “geração em geração”. Deus continua chamando, por isso desejamos dar um sentido para nossa saída, missão, com qualidade e testemunho, tomando decisões firmes no coletivo. É necessário renovar o modo de eleição de nossas coordenações Provinciais. Queremos participar das decisões de nossas Congregações. Continuaremos o caminho com discernimento, esperança, fé, protagonismo, sem entrar na roda do negativismo e do vitimismo. Ajudaremos a encontrar soluções. Com coragem, gestaremos encontros fraternos e alegres, pois vale a pena a Vida Religiosa Consagrada. Resistiremos na construção do Reino de Deus, pois ainda há muito profetismo entre nós.

Nesses tempos desafiadores, continuaremos somando força na luta dos pobres e seremos sensíveis à dor e à esperança de todo ser humano. Queremos gerar igualdade neste País rico e desigual, onde se discrimina e excluí indígenas, afrodescendentes, crianças e mulheres, os pobres que Tu amas.

O Evangelho nos desacomoda e nos coloca em movimento por uma Vida Religiosa Consagrada mais autêntica e por um País mais democrático que respeite os direitos de todos, preferencialmente dos pobres.

Participantes do Encontro Inter-regional Sul das Novas Gerações

19 de junho de 2017

Homilia de Dom Nelson Westrupp na Missa de encerramento do Encontro Inter-regional Sul das Novas Gerações

Capela do Centro de Formação Católica (Lages - SC)
Domingo, 18 de junho de 2017

Ex 19, 2-6;  Rm 5, 6-11;  Mt  9, 36-10,8



Hoje, o Evangelho mostra Jesus que planta e fixa o seu olhar no coração de cada pessoa e da multidão. “Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor”.

Com o coração enternecido, Jesus sente dor pela dor do mundo, pela dor que cada ser humano carrega sozinho ou em companhia de alguém, de alguns, em comunidade...

E que oferece Ele “àquela gente?” Oferece a sua misericórdia, institui e inaugura o ministério da compaixão. “Esse” ministério pode ser e deve ser exercido por todos! E é para esse ministério que Jesus convoca os Doze: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita” (Mt 9, 37-38).

O que é a “messe grande” de que fala Jesus? Jesus viu uma multidão de pessoas que o segue, uma multidão cansada, abatida, sem pastor. A “grande messe” é então uma messe de cansaço, uma colheita de lágrimas, uma vindima de dor. É a essa messe que Jesus envia os Doze, confiando-lhes uma missão extraordinária... Não a missão de interpretar de maneira nova a lei antiga, nem de serem mestres ou pastores: Confia-lhes, o “ministério da compaixão” e da mansidão, da consolação...

Jesus faz dos Apóstolos “operários” de um trabalho que se chama: proclamar – curar – ressuscitar – sarar, libertar e dar...

A obra daqueles e daquelas que são chamados para a missão é, em primeiro lugar, a piedade, a compaixão, a ternura, a consolação, que devem exercer com gestos concretos, porque Deus não se demonstra, “mostra-se”; não, porém, com palavras, mas com a vida, com o testemunho...

Nesse sentido, os membros da CRB - Região Sul, aqui reunidos, darão o seu testemunho, deixando-se “iluminar pela Trindade, em comunhão com a Igreja, sentindo-se convocados/as a viver “em saída” e a tecer relações de misericórdia, com palavras, gestos e atitudes humanizadoras, priorizando os empobrecidos e vulneráveis, as juventudes e a ecologia integral. Pelas trilhas da mística e da profecia e da esperança criativa, visamos fidelidade ao projeto de Deus” (Horizonte CRB Nacional 2016-2019).

Quando ouvimos as palavras de Jesus: “Pedi ao Senhor da Messe que envie trabalhadores para a sua colheita, entendemos como um convite a rezar pelas vocações... Contudo, significa muito mais do que isso... Significa pedir a Deus que me envie a mim como trabalhador/a da compaixão, da libertação, que me envie a mim, com um coração de carne, para comer o pão das lágrimas com quem chora (cf. Sl 80, 6), para beber o cálice do sofrimento com quem luta para que o mal não leve a melhor. Que me envie a mim, e me dê mãos capazes de amparar e de acariciar, de enxugar lágrimas e de transmitir força e coragem.

Creio que ainda não existe nenhuma escola onde se possa aprender a exercer o ministério da compaixão. Quando alguém é ordenado sacerdote ou emite votos religiosos, são-lhes atribuídos deveres e funções importantes, contudo, não recebem o dom da compaixão. O dom da compaixão só “se aprende” estando ao lado do Senhor, “permanecendo com Ele”, ficando aos pés do Mestre, olhando a multidão que se acotovela, tendo olhos para ver a messe da dor, as espigas do cansaço, que amadurecem continuamente. Diz um ditado hebraico que “o maior pregador é o coração”: o “coração da compaixão” frente ao ser humano e frente a Deus. De fato, você só consegue falar do Evangelho de modo convincente, se ele conseguir dominar o seu coração, se você for seduzido e conquistado por ele.

Os Doze Apóstolos escolhidos por Jesus tornam-se gente com entusiasmo e com uma missão: os campos do mundo onde se devem perder seguindo a bússola do coração. O seu pastor é um coração de compaixão e de misericórdia.

O coração compassivo faz ecoar o maravilhoso anúncio: “O Reino de Deus está próximo”, que significa, Deus está próximo, Ele está com Você, com amor. Ou, como disse a primeira leitura: “Eu vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a mim” (Ex 19, 4). É o próprio Deus que me conduz até Ele. Por isso, “se eu tiver de andar por vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estás” (Sl 23/22, 4), bom pastor que carrega as minhas inseguranças. Sendo pobre de tudo, Jesus não quis ser pobre de companheiros: 72 discípulos, 12 apóstolos, um grupo fiel de mulheres, incontáveis outras pessoas dispostas a partilhar a poeira da estrada e a compaixão do coração. E dá-lhes o poder de curar, caminhando em direção a um tesouro terrível de lágrimas, que o mundo contém, que dele transbordam.

Dá-nos o poder de nos fazermos “próximo de cada pessoa”, e é isso que dá início à cura – se me faço próximo.

Jesus coloca um poder em mãos frágeis como as nossas, que tecem juntas histórias luminosas e penosas, exemplos de esperança e gestos de afronta.

E agora, hoje, dirige-se a mim, à minha pequenez e fragilidade: o chamado sou eu. O Senhor espera a minha resposta, se também eu aceitar, para mim, o ministério da compaixão, da solidariedade, da caridade.

O enviado é pobre: um bastão para apoiar o seu cansaço, sandálias para palmilhar os caminhos. Não tem bolsa nem dinheiro, mas um coração compassivo e asas de águia.

Eu não tenho nada, a não ser um suplemento de asas, um caminho que conduz ao céu e outro que conduz às cruzes da terra.

Jesus caminhava, pregando a proximidade de Deus e curando todas as doenças, toda a pobreza, todas as dores. É essa, também, a missão que nos confia a nós: anunciar que Deus está próximo de quem quer que tenha o coração ferido; existir para Deus e curar a vida. Não mediante milagres, mas cuidando dela: porque há males incuráveis, há feridas insaráveis, mas não há nenhuma, absolutamente nenhuma, que não possa ser mitigada, curada, aliviada, partilhada, suavizada.

Como Cristo, cada um dos seus discípulos e discípulas se torna encruzilhada de finito e de infinito, de pés cobertos de pó e de asas de águia.

Homens e mulheres compassivos, que se deixam elevar para Deus, que se deixam conduzir até aos outros, que sabem tomar a seu cargo rebanhos e searas, dores e asas, que sabem assumir também a compaixão divina para com cada um de seus filhos e filhas cansados e perdidos.

Escutando os nomes dos Doze apóstolos, teria eu a disponibilidade e a coragem de dizer: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim”?!.

Muitas vezes ficamos cansados, desanimados, pensamos que os terrenos da vida são áridos, sobretudo, devido aos “maus” tempos de hoje. Olhamos sempre para o suor do lançar da semente enquanto se lavra e requisitamos a presença de especialistas, mas esquecemos o entusiasmo do semeador e a força miraculosa do grão.

A frase de Jesus surpreende-nos: a messe é abundante! Da semente preocupa-se Ele. Há tanto a ceifar porque o terreno ainda é bom, semelhante ao das origens, e Deus confia no ser humano, como o agricultor espera pelo verão perfumado dos frutos. Cada coração é um pedaço de terra semeado de germe divino, um mistério onde se cruza a novidade da semente e a aridez da rocha, onde se entranham as cheias mãos e o coração do semeador com o nosso sedento deserto.

Às vezes, parece que somos mais católicos que discípulos, muito convencidos para escutar o Evangelho. Parece que a missão começa por aqueles que estão perdidos sendo de casa. Além disso, não é fácil amar e compreender a Igreja. Grandes são as fragilidades, os contra-testemunhos, as incoerências, os erros na história. Quem de nós sonharia colocar juntas 12 pessoas totalmente diferentes para realizar um projeto grandioso? Pescadores como Pedro junto com intelectuais como João; tradicionalistas como Tiago junto com pecadores públicos como Mateus? Tão diferentes em tudo, mas unidos no amor ao Mestre.

Você sonharia que o seu e o meu nome fossem acrescentados ao elenco? Nada de dramas. É Ele, o Bom Pastor, que carrega as nossas inseguranças...

Não existe uma escola que ensine a tornar-se apóstolo, porque “não são as palavras e teoria, mesmo que muito belas, que contam”, mas é a convicção, a paixão e a admiração que elas anunciam.
São gestos de misericórdia que curam: com amor se anuncia o Evangelho, se distancia o mal, se constrói um mundo belo e humano, se faz estrada rumo ao céu...

O enviado – cada uma e cada um de nós – é pobre, mas tem a paz que ilumina os passos, a força que ampara o caminhar e palavras que cativam o coração.

Enfim, obrigado, Senhor, por me confiar missão tão maravilhosa, ou seja: a de testemunhar a alegria de Vos conhecer e de vos seguir. Hoje e sempre. Amém.

                                                                                                                     Dom Nelson Westrupp, scj
                                                                                                          Administrador Apostólico de Lages

Cf. Sementes de Evangelho Ano A, Pe. José Fernandes Caldas Esteves; Ir. Maria da Conceição Afonso Borges; Ir. Maria José Diegues de Oliveira, Secretariado Nacional de Liturgia – Diocese de Bragança-Miranda, Portugal, 2.10.2013, p. 109-111; A Esperança que nasce da Palavra, Ano A, Ermes Ronchi e Marina Marcolini, Paulinas Editora – Prior Velho, Portugal, 2013, p. 133-136.

Encontro das NG do Rio

Aconteceu nos dias 23-24 de março a missão jovem das NG's- Rio com o tema: Jovens: saíamos ao encontro da vida. Tivemos momentos de f...