11 de setembro de 2018

A simplicidade na linguagem do amor


Missão na Ilha do Marajó, em especial na cidade de Anajás – Paróquia Menino Deus.
Ao chegarmos em Belém a ansiedade e curiosidade estava em alta dentro de mim, pois ansiava muito viver essa experiência proposta pela CRB- Nacional à qual sou muito grata por essa coragem de acreditar na força das Novas Gerações.
À medida que íamos chegando e nos acolhendo, o clima de alegria e fraternidade que é próprio da Vida Religiosa Consagrada se fazia presente.
 O primeiro encontro com hora marcada foi importantíssimo para nos conhecer e perceber a beleza do carisma de cada Congregação, Ordem e Instituto, sinal muito presente durante toda missão.
Dois dias depois Dom Evaristo P. Spengler chegou e nos acolheu com muita simplicidade e alegria própria de um Franciscano que se revestiu do amor ao próximo especialmente do povo marajoara. Entre tantas palavras de agradecimento e louvores a Deus o mesmo firmou: “Não tenham medo de avançar para as águas mais profundas e de baixar para compreender e acolher o povo.  Não tenham medo de sentir o povo.”
Com essas palavras e a motivação interna, procurei viver essa experiência de coração aberto e disponível à ação do Espírito Santo. Afirmo que não foi fácil. Nunca em minha caminhada de religiosa fiz uma viagem com tantas horas sobre as águas. Foi um exercício de baixar ao povo, começando por se inclinar para passar por debaixo das várias redes armadas dentro daquele barco.
Esse começo foi para mim uma abertura radical. Dormir uma noite em um barco foi difícil, mas não impossível pois  quando temos irmãos e irmãs companheiros isso faz toda diferença.
Quando firmamos os nossos pés no solo de Anajás, percebemos a simplicidade e a linguagem do amor presente naqueles inúmeros olhos que brilhavam ao ver tantos missionários e missionárias. Muitos me abraçaram e disseram a palavra fundamental para essa missão que foi: coragem!
E a coragem perpassou todo o meu ser com muita alegria e entusiasmo para visitar as inúmeras casas, adentrar na história de tantos ribeirinhos, a coragem de tentar compreender a linguagem dos rios, a coragem de parar, de viver sem conexão com o mundo externo, de vencer o cansaço e brincar com as crianças enfrente uma igreja e assumir que não sei tudo, pois nessas brincadeiras eu afirmei que meu estoque de músicas havia acabado. Uma pequena com seus oito aninhos, afirmou-me com muita convicção e motivou a todos,  dizendo: “Missionária, agora somos nós que vamos ensinar o que a gente sabe.” Isso para mim foi muito profundo,  me deu ânimo para continuar a missão. Assim continuei a buscar coragem em todas as adversidades que surgiram no caminhar.
Caros missionários e missionárias entender a simplicidade e a linguagem do amor, requer de nós viver em saída, como nos propõe o Papa Francisco.
Não tenhamos medo de ser uma faísca do amor daquele que nos chamou junto aos ribeirinhos, pois foi isso que essa missão me fez enxergar: que somos uma simples faísca presente no mundo e que fazemos toda a diferença por onde quer que o barco passe.
Meus sinceros agradecimentos à minha Congregação que  possibilitou estar nessa missão e à CRB- Nacional que acreditou e  motivou as Novas Gerações a viver essa belíssima abertura para nossa Amazônia.
Com muita gratidão
 Ir. Daiane de Araújo Gonçalves
Irmãzinhas da Imaculada Conceição

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Encontro das NG do Rio

Aconteceu nos dias 23-24 de março a missão jovem das NG's- Rio com o tema: Jovens: saíamos ao encontro da vida. Tivemos momentos de f...