12 de fevereiro de 2013

Psicólogos fazem leitura crítica de pesquisa sobre a nova geração na Vida Consagrada


Por Tiago Melo - Paulinos

Pesquisa revela soluções às novas gerações de consagrados e aponta fragilidades na Vida Religiosa

Jovens religiosas participantes do Congresso  Novas Gerações da Vida Religiosa


No dia 11, o II Congresso Nacional das Novas Gerações da Vida religiosa, em Aparecida (SP), recebeu o padre Adalto Luis Chitolina, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e a irmã Fátima Moraes, Apóstola do Sagrado Coração. Eles são integrantes da equipe de reflexão psicológica da CRB Nacional (Conferência dos Religiosos do Brasil) e apresentaram o resultado da pesquisa realizada pela CRB Nacional entre os meses de março a novembro de 2011, com a vida religiosa jovem do Brasil.

Confirmações, inquietações e o futuro da Vida Religiosa Consagrada


A pesquisa propôs três perguntas aos jovens religiosos: Quais são os principais sonhos e expectativas da Vida Religiosa Consagrada (VRC) jovem. Quais os desafios e dificuldades? Quais são suas atitudes diante dos desafios e dificuldades.

A análise da pesquisa partiu de três aspectos: confirmações, inquietações e futuro. No primeiro aspecto foi possível perceber que emergem possibilidades de uma contribuição maior das Novas Gerações de religiosos no processo construtivo de valores e revitalização da própria vida religiosa. Depois, há um grande desejo, por parte dos consagrados, de ser protagonista na missão e vida do instituto. E que a fraternidade sempre foi e será um ambiente que possibilita o crescimento pessoal e liberdade de pensamento.

Outro aspecto da confirmação da pesquisa foi a importância da CRB na VRC do Brasil, não só por questões organizacionais, mas pela possibilidade de abrir janelas e horizontes com experiências intercongregacionais. Surgiu também uma inconformidade com a falta de articulação não só da CRB, mas pelos próprios religiosos que não se articulam para melhorar o desempenho da ação da Conferência.

Inquietações e buscas da VRC
O Segundo ponto apresentado pelo padre Adalto e também pela irmã Fátima foram as inquietações. Disparidades entre a pesquisa escrita e a falada. Enquanto a primeira, feita por meio de questionários, apresenta grande insatisfação com a Vida Religiosa, a segunda mostra algo bem diferente. Isso quando os religiosos se encontram em assembleias, conferências e congressos. “Tudo é ótimo, tudo é belo”. “O que será de fato?” Perguntou o padre. Outro aspecto é a falta de disponibilidade para o trabalho e atuação juntos aos grupos reflexivos e na própria CRB.

A VRC da nova geração tem-se muito de autoconhecimento e muito de fechamento em si. E essas duas coisas não se combinam. “Só há um verdadeiro autoconhecimento, caso haja uma abertura à realidade, ao hoje.” diz irmã Fátima. Sobre as relações na vida religiosa, o padre Adalton falou: “O princípio fundante da Vida Religiosa não pode ser o afeto, mas sim o projeto do Reino, Jesus, o Evangelho. O nosso chamado primeiro”. E ainda desafia, “Não podemos confundir uma comunidade de laços afetivos humanos com uma comunidade de fé. O laço afetivo entre as pessoas é consequência da razão maior que nos agrega, Jesus! Mas isso sem fé, o que será?”, revela o psicólogo. 

O terceiro ponto foi o futuro. Futuro este não só da vida religiosa, mas também os frutos de todo o empenho na formação e serviço tanto dos institutos, congregações, ordens religiosas quanto o da CRB. O sacerdote disse que o resultado, ou até mesmo o congresso não termina aqui. Ele é uma oportunidade ao novo. Sempre começando pelo próprio eu.

Entre a colocação dos psicólogos, a irmã Marian Ambrósio, presidente da CRB Nacional veio dar um comunicado que “abalou” o mundo e, principalmente o mundo cristão católico. O Sumo Pontífice Bento 16 em um consistório, reunião com os cardeais, anunciou sua renúncia ao papado da Igreja de Roma. “Caros irmãos, convoquei-os para este consistório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicar a vocês uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu tive certeza de que minhas forças, devido à avançada idade, não são mais apropriadas para o adequado exercício do ministério de Pedro, trecho da carta de renúncia de Bento 16”. (Rádio Vaticano).

Para a presidente essa é uma atitude de grande humildade e de profunda maturidade. A Igreja demonstrou uma nova face. Todos os religiosos, comovidos por tal notícia, e convocados pela irmã Marian cantaram: “Nós estamos aqui reunidos como estavam em Jerusalém, pois só quando vivemos unidos é que o Espírito Santo nos vem. Feita de homens Igreja é divina, pois o Espírito Santo a conduz, como fogo que aquece e ilumina, que é pureza, que é vida, que é luz.”(Letra: Pe. Lucio Floro / Letra: Mirian T. Kolling, ICM.) Ao concluir o canto, os congressistas  ovacionaram com uma grande salva de palmas.

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