Por Ir. Ronivom Luiz da Silva, fms (Marista)
Entre os dias 06 e 17 de abril de 2017, tive a oportunidade de participar, juntamente com o Grupo das Novas Gerações da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), da "III Missão Amazônia" na região das Ilhas do Pará, mas que fazem parte da Diocese de Macapá-AP.
Ao olhar para aquela imensidão, quantidade incontável de litros de água, tive uma pequena visão da grandeza daquele Rio. Era realmente um vasto mundo de águas e florestas que deixa o expectador sem palavras e muita ação.
Chegando em Macapá, tivemos uma pequena formação sob o contexto geográfico, social e político da região, e, na perspectiva da missão, fomos divididos em pequenos grupos e enviados. Eu, a Ir. Francisca, (F.C) e Ir. Samuel, (FSC) fomos em três missionários para o setor Araras, distante três horas do Porto de Santana de "Catraia" (Tipo de embarcação muito usado na região), lá, tivemos a oportunidade de visitar 11 comunidades, todas banhadas por igarapés do Rio Amazonas. E chegando na primeira comunidade ribeirinha, percebemos o quão seria diferente a vivência daqueles dias no bioma Amazônia.
Era a nossa primeira experiência em comunidades ribeirinhas. Em cada espaço, uma recepção calorosa e afetiva das pessoas daquela região. E como foi bom sabermos que estávamos sendo aguardados a algum tempo. Tudo era novidade, desde o transporte, as moradias e a alimentação. Minha maior preocupação era dormir em rede, mas tornou-se irrisório diante de tantas novidades.
E assim, amanhecemos a primeira vez no meio a esse bioma. Cada manhã, uma comunidade diferente, uma casa nova nos esperávamos. Famílias foram visitadas e fizemos celebrações nas igrejas. Em quase todas as famílias tivemos a oportunidades de sentar, escutar histórias felizes e outras difíceis, mas em quase toda a sua totalidade, os enredos eram de superação, na qual, aquele rio com algumas correntezas fortíssimas não era capaz de engolir e nem suprimi-las.
A maresia que auxilia no transporte, levam e trazem mais do que alimentos e pessoas, pois ela movimenta sonhos. Talvez seja por isso que aquele povo, com traços simples e acolhedores moram na maior bacia hidrográfica do mundo, tendo também em seu quintal um grande paraíso diante de tantas diversidades e formas de vida do bioma amazônico.
Que povo de fé! Cada história revelava um olhar panorâmico e de superação daquele lugar. Nos causos aparecia picadas de cobras; falta de professores nas escolas; fraturas e machucados devido a quedas de pés de açaí; lenda do boto e etc... Essa fé revelava vida em movimento, pois a "labuta" começa muito cedo, tanto no trabalho, como no manejo e colheita do açaí, também na vida conjugal. Assim, cada ilha vai se tornando pequenos clãs, constituição de família, onde um ajuda o outro.
Enfim, como foi bom experienciar essa vivência junto aos povos ribeirinhos. Muitos aprendizados estarão agregados a minha vida para sempre, tendo a certeza também que deixei um pouco de mim naqueles espaços sagrados. Assim, a missão continua acontecendo em nossa vida, pois como diz Isaías 52,7 "Como são belos os pés daqueles que anunciam boas-novas, que proclama a paz, que trazem boas notícias" (...).
lindo texto !Que Deus abençoe vocês sempre nessa caminhada.Aprendemos muito com vcs...obrigada por cada palavra e gesto de carinho!
ResponderExcluirObrigado. Foi uma experiência realmente transformadora.
ExcluirMuito obrigada Ir. Ronivom por compartilhar elementos tão significativos de sua existência missionaria. Que Deus lhe abençoe sempre para que onde passares as pessoas sintam o bem que fazes.
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