26 de setembro de 2018

Mutirão do Mato Grosso



Nos dias 21 a 23 de setembro aconteceu o Mutirão Estadual (Mato Grosso) em Campo Novo dos Parecis (Centro catequético da Paróquia São Cristóvão), promovido pelas Novas Gerações (NG) e CRB/MT. O Mutirão reuniu religiosos/as da etapa do juniorato até dez anos de votos perpétuos e foi marcado pelo o entrosamento e partilha entre as diversas Congregações Religiosas presentes, como também pela reflexão do tema “Saiamos de pressa ao encontro da Vida”. O pano de fundo da temática estava em comunhão com a Igreja que celebra os 50 anos da Conferência de Medellín que fez da  “opção pelos pobres” a opção preferencial da Igreja Latino Americana.
O Mutirão contou com a assessoria da Irmã Clotilde Prates de Azevedo, Apostolina, assessora da CRB Nacional e responsável pelo Setor Juventudes e Novas Gerações. Sua presença foi muito importante, pois nos ajudou a conhecer um pouco da história do projeto “Novas Gerações” que tem como objetivo: “Oferecer caminhos para que se acolha as interpelações das Novas Gerações em seu dinamismo, exigências e potencialidade. Em um processo interativo entre varias gerações, em vista de ressignificar a Vida Religiosa Consagrada”. Nesta memória histórica percebemos a presença da NG “em saída”, transmitindo alegria e vibrações em diversas realidades e rostos. Sentimos que não estamos sozinhas, mas acreditamos que tudo está interligado, como nos diz o canto “tudo está interligado como se fossemos um... Tudo está interligado nesta casa comum...” (CirineuKunh); isso nos fortaleceu.
Tivemos como ícone do Mutirão Maria que visita sua prima Izabel e que nos convida a empreender um caminho de saída. Ela nos dá o exemplo de sermos, sensíveis, flexíveis e atentas aos sinais de Deus em nossa vida.  Como Religiosos/as das Novas Gerações também queremos fazer e experienciar esse movimento de ir ao encontro da Vida e firmar compromisso com a opção aos mais necessitados, os pobres e excluídos.
Em virtude desta adesão de estar e conhecer outras realidades, foi realizada uma visita aos Povos Originários da etnia Parecis na aldeia Quatro Cachoeiras. Fomos bem acolhidas pela família do cacique, que nos relatou sua história, tradição e cultura, nos impactando com seus sentimentos de gratidão e reflexões sobre a necessidade de se valorizar mais os Povos Originários. No Estado do Mato Grosso temos 43 etnias dos Povos Originários espalhadas em diversas regiões e que ainda não são visitadas ou conhecidas pelas Novas Gerações. São a estes lugares que precisamos sair depressa, sem medo do diferente, isso exige abertura de escuta aos clamores e gritos destes povos e nos impulsiona a nos comprometer com firmeza pela defesa da vida, onde ela estiver sendo ameaçada.
Para nós foi essencial o contato com a natureza, pois sentimos o frescor da mata e percebemos o quanto faz diferença respirar o ar puro da natureza onde os Povos Originários considerados os Guardiões da natureza cuidam com muito carinho.
Somos jovens e acreditamos que juntos podemos seguir sendo vozes de profetismo, assumindo e testemunhando com ousadia os apelos de sair depressa ao encontro da Vida, sobretudo onde a Vida está ameaçada, assim como Maria fez.
A caminhada da Igreja precisa ser acompanhada de adequada compreensão da realidade para que possa dar respostas aos clamores de hoje. A reflexão teológica se coloca nesta linha de contribuição a Igreja para que possa agir/responder de forma adequada. A partir de “Medellín” nasceu a “teologia da libertação”, em sintonia com a busca concreta de libertação que permeava o empenho de tirar da miséria e promover as populações pobres do continente latino americano. É nesse contexto que se situa a “opção pelos pobres”, que a partir de Medellín passou a ser uma característica marcante da Igreja latino-americana.
Somos convictas de que herdamos de “Medellín” o modo criativo de vivenciar o Concílio Vaticano II. Ao resgatar a memória da Conferência Medellín, que se tornou emblemática para a América Latina, nos damos conta do esforço para colocar em prática a opção preferencial pelos mais pobres. Somos também questionadas como NG’s a rever os desafios em que a opção pelos pobres está inserida hoje, não podemos perder o sentido da nossa consagração, porém, não podemos ficar apenas no simbolismo e na superficialidade.
Foram estes os ecos vividos nestes dias de partilhas, momentos de espiritualidade, confraternização e reflexão.
Manifestamos nossos sentimentos de gratidão à comunidade religiosa das Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto, aos Freis Capuchinhos e a toda comunidade e lideranças da Paróquia São Cristóvão, que se dedicaram com muito empenho para que pudéssemos vivenciar estes momentos significativos e marcantes.
Gratidão a todas as famílias religiosas que atenderam o convite das Novas Gerações-MT, e pelo acompanhamento e assessoramento CRB-MT e Nacional nas pessoas de Ir. Carol e Ir. Clotilde.
Equipe de Coordenação do Mutirão das NG’s- MT









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